Para lavar a alma: PittyNando em BH [resenha]

Em 1º de novembro, véspera de feriado, Belo Horizonte recebeu o show da turnê “As Suas, as Minhas e as Nossas”, no Expominas. Do lado de fora, a chuva. Do lado de dentro, um show ― em todos os sentidos ― para lavar a alma de quem esteve presente.

Foi por causa desse tweet, que a Pitty curtiu, que o Yellow voltou

Diante de um público recorde para a turnê, PittyNando mostraram enorme sintonia no palco, um respeito admirável pelas músicas um do outro, e entregaram ao público qualidade. Muita qualidade.

Assisti ao show da pista comum porque optei pelo ingresso de meia social, que envolve a doação de 1kg de alimento. Aliás, essa é uma ideia louvável que ajuda outras pessoas e torna a meia-entrada acessível a qualquer pessoa.

Apesar da certa distância do palco, foi possível acompanhar e curtir bem o show, especialmente por causa dos dois telões de alta definição e do técnico de som da equipe PittyNando que corrigiu problemas que prejudicaram a dupla de abertura ― Clara & Sofia ― e fizeram doer o ouvido de quem já estava por lá.

“As Suas, as Minhas e as Nossas” é uma parceria entre uma das maiores forças do rock nacional e um dos mais importantes artistas da cena musical do país. Arrisco dizer, sem receio de errar, que os dois compartilham da honra de dividir o palco porque a parceria surgiu de uma clara admiração mútua.

A história de PittyNando surgiu depois que ela apresentou sua versão para Relicário, em um programa do GNT, deixando-o emocionado. Da conversa que se seguiu, veio a ideia de fazerem algo juntos e o resultado vai ficar na memória de todas as pessoas que, assim como eu, tiveram o privilégio de curtir essa apresentação na capital dos bares brasileira, terra do pão de queijo.

PittyNando: o show

O show começou com PittyNando, música composta por Nando Reis especialmente para a ocasião e que serviu para aquecer a galera após um atraso considerável.

Foi Pitty quem contou que a dupla recebeu a solicitação de segurar o início do show em razão da obstrução de vias conduzida por manifestantes anti-democráticos que não aceitaram o resultado das eleições presidenciais do domingo anterior.

Enquanto isso, lá dentro, se sentindo acolhidos por uma fala de Nando sobre aproveitarmos os “novos tempos”, boa parte dos presentes entoou gritos de “olê Lula” em diferentes momentos e fez o gesto do “L”, em referência ao presidente eleito. Os discordantes, se é que ali estavam, não se manifestaram.

Com Nordeste e Sudeste no palco, ela vinda da Bahia e ele de São Paulo, o clima no ambiente era de leveza e alegria. Com um repertório recheado de sucessos do começo ao fim, PittyNando oportunizaram um evento catártico para quem buscava, de alguma forma, lavar a alma e cantar, a plenos pulmões, para espantar seus males.

Foto: Otavio Sousa

PittyNando fizeram novos arranjos para suas músicas para que pudessem cantar juntos e mesclar suas composições. Pitty cantou Nando, Nando cantou Pitty e o público cantou junto, alto e forte, do começo ao fim.

Foi bonito ver a alegria de Nando pela oportunidade de, mais uma vez, dividir o palco com uma potência feminina da nossa música (e que potência, viu!). Foi bonito ver a reverência de Pitty pela oportunidade de estar no palco ao lado de um dos maiores criadores da música brasileira.

A conexão estava ali e a sintonia foi para além dos acordes e transições apresentadas; estava também na troca de olhares, na presença simbiótica de palco, na dança e nos looks.

PittyNando estavam lindíssimos, para a surpresa de ninguém e as centenas de pessoas que insistiram em gravar tudo em seus smartphones devem ter passado aperto para decidir o que postar ou simplesmente “flodaram” seus stories com registros de momentos incríveis!

O espaço do Expominas para eventos musicais

Foi minha primeira vez no Expominas para assistir a um show. O espaço, gigantesco, foi reduzido para acomodar o público da melhor maneira possível para criar a atmosfera certa para o evento.

Embora tenha sido recorde de público para “As Suas, as Minhas e as Nossas”, as pessoas puderam circular com tranquilidade, sem o inconveniente comum do esbarra-esbarra sem fim.

Havia caixas circulando para a compra de fichas para bebida e alimentação. No geral, parece ter funcionado bem, mas havia apenas um bar para alimentação, sem informação de cardápio ou preços e poucas pessoas no atendimento. Talvez um ponto de atenção para os organizadores do evento.

De positivo, ainda cabe destacar três coisas: a entrada foi bastante tranquila, o foyer de entrada é ideal para o pré e pós show e a possibilidade de pagar o estacionamento com antecedência é uma ótima conveniência.

Obrigada, PittyNando, voltem sempre!

Este post foi totalmente feito no formato de resenha musical de jornal porque ler o tweet saudoso da Pitty também me levou de volta no túnel do tempo.

2 respostas

  1. Parabéns pelo texto, consegui ter uma boa ideia de como foi o evento como um todo, desde o show da dupla PittyNando até a infraestrutura do local. Havia tempo que não lia uma resenha musical e, com a leitura, bateu aquela curiosidade de ver um show deles, mesmo não sabendo dizer nem uma música de nenhum deles.

    1. Que bacana, César!

      Arrisco dizer que você deve ao menos conhecer alguma música de Pitty e de Nando. E acho que, na dúvida, vale a pena correr atrás. Dela, eu indico fortemente o show (tem versão em vídeo e em playlist) da turnê Matriz.

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