Guilty Pleasure: Let Go (Avril Lavigne)

Guilty Pleasure é mais uma “tag” do blog. Seu objetivo é comentar álbuns, músicas ou artistas que tenham o selo Nickelback (aqueles que a gente escuta, curte, mas não conta pra todo mundo) 

No dia em que Avril Ramona Lavigne finalmente lançou Head Above Water, seu sexto álbum de estúdio — que está muuito bom, por sinal! —, eu resolvi trazer para o Yellow um resgate da minha adolescência e da fase que eu mais gostei do som da artista canadense.

Antes, vale dizer que Avril Lavigne não lançava um LP desde 2013, quando nos apresentou ao seu álbum homônimo que, se não me falha a memória, eu nem cheguei a ouvir.

Nos últimos anos, a ex-pop-punk-rocker-que-depois-ficou-pop ficou afastada do cenário musical em razão da doença de Lyme, que causa cansaço extremo e dor nas articulações. Toda a sua fase de sofrimento e superação da doença serviram de inspiração para o tão aguardado Head Above Water e a música funcionou como fonte de força para que Lavigne seguisse em frente e fizesse o seu aguardado retorno à cena musical.

A questão é que, desde que se tornou porta-voz pelo diagnóstico e tratamento da doença de Lyme e que anunciou que preparava um novo álbum — algo que contou também com o lançamento dos singles Head Above Water, Tell Me It’s Over (uma de minhas favoritas) e Dumb Blonde (que não faz mesmo meu estilo) —, Avril voltou a ser assunto.

Muito provavelmente, foi a volta dela para o universo das notícias e das redes sociais que levou meu inconsciente a querer fazer com que eu voltasse a ouvir Let Go e criasse essa nova tag no blog.

Minha relação com a Avril

Conheci Avril quando ela tinha por volta de 18 anos e eu 13. Era 2002, ano de lançamento do Let Go, seu primeiro álbum de estúdio.

Àquela época, eu vivia entre o querer dizer que gostava dela e o achar ser necessário esconder isso porque eu já ouvia “rock de verdade”. Quando venci esse pensamento doido e me desliguei das críticas que recebia dos amigos — coisa de adolescente da minha época —, assumi o quanto eu achava suas músicas legais e, mais ainda, seu estilo tomboy. 

Eu cresci sendo a menina em meio ao grupo de meninos. Fazia aulas de educação física com eles, andava de skate — mal pra caramba! — com eles, acompanhava futebol europeu e basquete (a bola da vez era o Lakers, na época do Shaquille O’neal e do Kobe Bryant). Não gostava de roupas muito femininas e achava maravilhoso ter alguém me inspirando a ser eu mesma.

Foto de Avril Lavigne em 2002

Na parede do meu quarto, tinha um post da Avril! E essa admiração seguiu até Under My Skin, o segundo álbum da canadense. Acompanhei sua trajetória até The Best Damn Thing, que foi quando ela me perdeu. Até curto algumas músicas desse terceiro LP, mas a pegada mais ao pop realmente me afastou.

De lá pra cá, passei a acompanhar Avril Lavigne só pelas notícias, raramente escutando uma música nova aqui ou ali. Até que resgatei Let Go e aproveitei para ouvir e aprovar Head Above Watertirando faixas como a já mencionada Dumb Blonde, Souvenir Bigger Wow.

Porque Avril Lavigne leva o selo Nickelback

Em fóruns de discussão, publicações musicais e até na mídia tradicional, como o The Telegraf, o assunto do Nickelback como “a banda mais odiada do mundo” já ganhou espaço.

Eu não quero entrar nessa conversa agora e nem sei se o farei depois. Menciono isso apenas para explicar de onde veio a ideia do selo Nickelback: aquele que marca bandas ou artistas que a gente gosta de ouvir, mas prefere não falar para ninguém.

No fim das contas, atualmente, Avril Lavigne — que, inclusive, foi casada com Chad Kroeger, vocalista do Nickelback — não é uma artista que eu prefiro esconder, mas acho engraçado eu gostar ainda logo do seu primeiro álbum, recheado de teenage drama.

Guilty Pleasure da vez: álbum Let Go

Assim, aqui estamos para falar de Let Go que, para mim, é o melhor álbum que Avril já lançou. O melhor, musicalmente falando? Provavelmente não. Como era de se esperar, a artista amadureceu com o tempo e revelou influências que ela própria preferia esconder nos idos de 2002.

Eu realmente não curti sua guinada ao pop, mas já disse várias vezes aqui no Yellow que aprecio quando os artistas saem da sua zona de conforto. Acredito que essa ida de um “extremo” ao outro contribuiu para que ela encontrasse mais equilíbrio e um som mais fiel à sua identidade, livre das amarras de quem esperava só pela pop-punk-rocker e também da de quem queria só sua fase hello-kit-pop.

Head Above Water é um bom exemplo dessa mistura, mas é inegável que, para mim, as melhores faixas são aquelas que se aproximam mais do que eu conheci em Let Go e até da sonoridade de Under My Skin.

Let Go é o álbum de Complicated Sk8er Boi, talves as músicas mais famosas de Avril até hoje. E é também o álbum de Losing Grip, I’m With You, Mobile, Too Much to Ask e Naked. Em tese, essas são as minhas favoritas, mas falo com tranquilidade (risos) que eu poderia ter listado todas as faixas do álbum aqui, incluindo My World, que parece ser a menos “badalada” de todas.

Você gosta ou já teve alguma fase como fã da Avril Lavigne? Tem algum guilty pleasure para dividir comigo?

0 resposta

  1. Adorei o “Selo Nickelback” hahahaha. Minha esposa é APAIXONADA pela Avril, então meio que ouço ela aos montes por tabela. Aprendi a gostar das músicas e da artista, e na minha opinião, o ‘Under My Skin” é o melhor disco, mas digo isso sem me aprofundar tanto. Gosto muito da grudenta “Don’t Tell Me”. Tem uma música dela com o próprio Chad, “Let Me Go”, que é muito boa também. Avril é o típico caso de artista julgado por pessoas que nem chegam a conhecer seus trabalhos.

    1. Nossa, acho muito verdade que muita gente julga sem nunca ter ouvido! Acho também que ela estava musicalmente mais madura no Under My Skin, mas Let Go é meu queridinho.
      Vocês já ouviram Head Above
      Water? Gostaram?

        1. Eu até fiquei curiosa para ouvir os trabalhos anteriores para tentar avaliar uma evolução com base nisso. Como não o fiz, posso dizer apenas que acho que o período de pausa que ela viveu deu a ela uma boa dose de sensibilidade e inspiração.
          Como mencionei no post, tem faixas mais pops no álbum que não me agradam, mas é um trabalho muito bom, no geral!

  2. Então… Eu tenho a discografia completa da Avril! hahahaha E isso provavelmente não te surpreende hahaha
    Sim, meus álbuns favoritos são o Let Go (como não amar “Complicated”, “Too Much to Ask” e “Naked”) e o Under My Skin (Nobody’s Home <3). Aliás, comecei a aprender inglês a sério com o Let Go hehehe
    Admito, contudo, que gostei de Avril ter adotado um estilo mais feminino a partir da era Under My Skin e tê-lo aprofundado no The Best Damn Thing hahahaha
    O Goodbye Lullaby, de 2011, em minha opinião, é o mais fraco da discografia, mas, ainda assim, tem boas faixas como Remember When e Everybody Hurts (não é a do REM). Já o Avril Lavigne, de 2013, apesar do atentado conhecido como "Hello Kitty", contém algumas das minhas músicas favoritas de toda a carreira da Avril, como "Let Me Go", "Give Me What You Like"; "Fallin'Fast" e "Hush Hush".
    Sobre o "Head Above Water", superou minhas expectativas! E estou muito feliz por isso! Minhas favoritas são "Crush", "It Was in Me" e "I Fell in Love with The Devil".
    Legal ler um post seu sobre a Avril, não imaginaria nunca!
    Beijos!

    Thaís.

  3. Selo Nickelbak e também nostalgia na minha opinião. Aqui eu e algumas amigas gostávamos dela, mas passamos a não curtir a pegada pop dela, achei que não colou. Curtia aquele rock de leve e curtia algumas letras (como Mobile). Esse CD mora no meu coração e já estou pensando em tirar do armário para ouvir rs
    Enfim, vc tb me fez lembrar a fase de só andar com os meninos no recreio, detestar coisas de menina e super me inspirava nela: quis pintar o cabelo de vermelho, usar calças largas e o delineador pretão (coisa que a te hoje nao sei fazer rs).
    Enfim, bons tempos esses.
    Bjos miga

    1. Tivemos uma fase bem parecida, Pri! Eu usava as roupas desde antes da Avril, mas ela me levou a outro patamar haha 🙂
      Tira o CD do armário e ouve o álbum novo também. Tem umas faixas mais pop, mas é bom!

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