Entre o “underground” e o mainstream com a banda Dall

Há pouco tempo, sem aviso, o #ConhecendoBR começou a aparecer no Yellow de forma diferente. Foi quando surgiu o post Banda The Deal em: para quê serve uma música cover?que é resultado de uma conversa em torno da nova proposta do trio mineiro de blues para apresentar seu som.

Dessa vez, abri espaço para os caras da Dall de uma forma que eles nem sabiam. O Rodolfo, vocalista e guitarrista da banda, entrou em contato comigo um tempo atrás para falar do lançamento da música Renascer e depois de seu clipe.

Quando o material chegou até a mim, respondi que veria quando pudesse. Hoje o Rodolfo sabe bem que o blog é um hobby meu e que, infelizmente, me falta tempo para me dedicar a ele, escrever mais e ouvir mais dos artistas que enviam seus materiais para mim. Mas ele não desistiu e, sinceramente, em partes é por isso que estamos aqui!

A insistência: chave para chegar ao “underground” e passar para o mainstream

A insistência tende a ser vista como algo ruim e, por vezes, realmente o é. Mas se você, como eu, tem uma queda por biografias de artistas ou qualquer fonte de informação sobre sua trajetória, sabe que os insistentes são os que chegam lá, ao tal do sucesso.

Isso não significa que eu cedi à Dall porque o Rodolfo me mandou mais uma mensagem perguntando se eu tinha visto o clipe. O fiz porque pensei “poxa, o cara tá mesmo interessado em saber o que eu penso do som da banda dele, ele tá se esforçando para conseguir isso de mim e nada mais justo do que uma resposta que não seja ‘não vi'”.

Quando eu respondi sobre o que achei do clipe e das outras músicas que ouvi, eu não prometi post algum no Yellow. E, àquela altura, acho que o Rodolfo já nem esperava por isso porque entendeu a minha “filosofia de trabalho”. Mas aqui estamos e vocês vão entender o porquê para além da mencionada insistência 🙂

Antes, quero apenas ressaltar o quanto isso de acreditar no próprio trabalho e ir atrás dos outros — de blogs pequenos como o Yellow, passando por rádios locais, até canais de TV ou publicações especializadas — é crucial para quem quer sair da cena independente, que estou chamando de underground, e conquistar espaço no mainstream. Ponto para a Dall!

Mas, afinal, quem é e qual é o som da banda Dall?

A parte do “quem é?” da Dall chegou a mim logo de cara, com a apresentação que os caras enviaram. Além do Rodolfo, a banda tem Charlie Graeff e Neni Hx e, juntos, formam uma banda autoral sediada em Porto Alegre.

De formação nova desde outubro de 2017, eles têm apresentado músicas autorais e covers, utilizando três vozes e cinco instrumentos: guitarra, baixo, bateria, teclado e gaita.

apresentação dall
Do site oficial da banda

Foi a parte do “qual é o som?” que deu origem a este post. Ao se apresentar, a banda falou sobre “essa variação, essa multiplicidade em todas as dimensões que o projeto pode atingir, alicerçado, entretanto, em uma unidade, um quê subjetivo e sutil que é comum ao que é aparentemente diferente”, como algo que eles esperam entregar. Confesso que não dei muita importância a isso até que, de fato, ouvi as músicas.

A Dall é “muita coisa” em uma só, mas isso realmente faz parte da proposta dos caras e funciona — inclusive, funciona bem melhor do que eu imaginava! (então dê uma chance você também). Conversando com Rodolfo, destaquei o quanto achei bacana que eles tenham sido capazes de se descrever como eu os percebi.

É comum que nós nos vejamos de uma forma diferente daquela que as outras pessoas nos veem. Para bandas, isso se traduz em querer fazer um som ou passar determinada ideia e ser recebida de outra maneira pelo público. A meu ver, conseguir que o som seja um retrato fiel daquilo o que se pretende ser é um feito louvável porque reflete autoconhecimento, algo que tende a vir apenas com o tempo ou a tal da maturidade/experiência. Mais um ponto para a Dall!

O porquê dessa conversa entre o “underground” e o mainstream

A conversa sobre a minha percepção do som da banda rendeu e teve como foco a música Sol de Farol. Cheguei a questionar se era mesmo de autoria dos caras, não por duvidar de sua capacidade, mas por ter uma forte sensação de familiaridade. Me soou como J Quest, mainstream o bastante para mim!

E quando comentei isso, Rodolfo destacou “menos o começo”. Os primeiros segundos da música realmente não têm esse apelo e, como haveria de ser, chegaram até a serem cortados quando a Dall enviou o som às rádios locais. Outro ponto pros caras!

Foi assim, com parte do som característico do “underground” e a outra parte pronta para o sucesso, que falamos sobre a missão das bandas em transitar por entre esses territórios. Há quem queira se manter na cena independente e há quem pense apenas em alcançar o topo das paradas.

Em meio a tudo isso, existe a Dall, uma banda que quer manter sua identidade de quem não quer se render totalmente ao “pop” do mainstream, mas é capaz de se adequar o suficiente para chegar lá. Quer saber em que tudo isso vai dar? É preciso acompanhar…

Minha dica é para que você faça o que eu fiz. Pode começar pelo som mais recente, do clipe que está no início do post, mas passeie pelas outras músicas e depois retorne a Renascer. Isso vai permitir que você perceba melhor a banda e também é um movimento que se encaixa bem com o nome da música.

Banda Dall: site | facebook | instagram | spotify | youtube

Tira um tempinho pra ouvir o som dos caras e conta pra mim o que você achou da Dall, combinado? 🙂

 

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