Siouxsie and the Banshees e “o uivo da bruxa”

Que? Se você não entendeu nada desse título ou, no máximo, reconheceu o nome da banda, tudo bem! Te conto tudo nesse post sobre o álbum The Scream, lançado pela Siouxsie and the Banshees em 1978.

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Ou o uivo da bruxa.  Ou quase isso…

The Scream
Estamos no mês do terror, com a Yellow Sounds trazendo álbuns que, ainda que de maneira sutil, se encaixem no tema. The Scream marca o debut da Siouxsie and the Banshees, quando os membros da banda ainda eram mais parte da cena punk britânica do que do movimento pós-punk e ainda não haviam iniciado sua fase gótica.

Um começo que me permite um breve adendo para mencionar que o nome da banda foi inspirado pelo filme de terror Cry of The Banshees (1970), traduzido para o português como ‘O Uivo da Bruxa’. Com base na mitologia celta, banshee seria uma entidade feminina cujo lamento alerta a morte eminente. Não encaixa bem com o fato do vocal da banda ser de uma mulher?

The Scream

Antes mesmo da formação da banda, Siouxsie Siou (Susan Ballion), já era conhecida no cenário punk londrino por seu visual ainda mais ousado e marcante e por ter sido membra do “Bromley Contingent”: um grupo de fãs/seguidores dos Sex Pistols que incluía também um tal de Billy Idol. Sid Vicious, apesar de aparentemente ter desprezado o contingente, também estava sempre presente nos shows e foi assim que, antes de assumir como baixista dos Pistols, se tornou baterista na formação inicial dos Banshees.

Àquela altura, a banda já era reconhecida no cenário em função de suas marcantes apresentações ao vivo e do lançamento do primeiro single, o Hong Kong Garden, que antecedeu The Scream e, infelizmente, não aparece na versão original do álbum. Posteriormente, single e lives – foram incluídos em uma edição especial lançada em 2005.

Quando do lançamento de The Scream, Sioux e Steven Severin (baixista, compositor e co-fundador) já formavam a dupla que guiaria a banda ao longo de toda a sua existência. Vicious, que se tornaria um dos nomes mais marcantes da história do rock, já não estava com eles.

Severin é co-autor de todas as faixas de The Scream com exceção de Helter Skelter, um interessante cover dos Beatles. Como havia dito na coluna sobre The White Album, uma canção que dava sinais do protopunk ainda quando embalada pelo quarteto de Lennon e cia.

A faixa de abertura, Pure, é quase totalmente instrumental. Não fossem pelos “gritos” (uivos?) de Sioux que fazem de The Scream uma escolha ainda mais apropriada à temática do mês. Nesse sentido, vale citar ainda Suburban Relapse, que teve inspiração em Bernard Herrman/Pisciose, de Alfred Hitchcock. Além dessas, meus destaques vão para OvergroundMirage e as favoritas Carcass e Switch.

Ainda que os membros da Siouxsie and the Banshees tivessem um pé no punk e estivessem ainda iniciando suas experimentações, desde o início, já com The Scream, se tornaram referência do futuro da música. Não sem motivo, a crítica lhes foi bastante favorável, classificando o álbum como uma mistura envolvendo o Velvet Underground ou como bom o bastante para figurar ao lado de Diamond Dogs, de David Bowie.

The Scream  é um clássico do rock que, sem dúvida, merece seu lugar na lista dos “1001 discos para ouvir antes de morrer”. Aproveitem!

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Originalmente publicado em PontoJão 

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