O que você sabe sobre Karen Carpenter?

Se você não reconheceu o nome de Karen Carpenter, mas sentiu certa familiaridade, provavelmente é porque, no mínimo, já ouviu algo sobre o Carpenters. Trata-se do duo que a moça tinha com o irmão Richard e que carrega consigo toda história de glória e dor da dona de uma das vozes mais encantadores da música.

Quem foi Karen Carpenter

Até eu me deparar com um pouco sobre a vida de Karen Carpenter no livro A Garota da Banda, de Kim Gordon, o Carpenters não me era especialmente atraente. A beleza das canções deles é inegável — dê play no vídeo abaixo para conferir por conta própria —, mas não é comum que o soft rock me acompanhe para fora das salas de espera em consultórios médicos e afins.

Karen Carpenter faleceu em 1983, em decorrência de complicações de uma anorexia nervosa, aos 32 anos. A doença era um tabu ainda maior naquela época e revelou que Karen tinha graves problemas de autoaceitação e dificuldades em lidar com a pressão de agradar o irmão, Richard, um workaholic que controlava todas as decisões do duo, criando rotinas exaustivas para o Carpenters.

Richard era quase que instintivamente ligado à música, tendo se dedicado à ela desde muito cedo. Karen começou mais tarde, impulsionada pelo talento crescente do irmão. Ela descobriu um dom natural para a bateria e, depois, aprendeu a explorar sua bela voz. Após conseguirem um contrato e começarem a trabalhar para valer com a música, Karen foi orientada a abrir mão da bateria, tocando bem menos para focar nos vocais.

A glória e a dor de Karen Carpenter

Exteriormente, sobretudo antes do agravamento da doença e ainda mais sonora que visualmente, Karen Carpenter não me parecia ser alguém em tamanho sofrimento. Talvez, por eu nunca ter me apegado à aparência dela. E ainda que agora eu saiba de toda a situação, acho que continuo sem conseguir perceber isso nas melodias agradáveis do Carpenters e, em especial, de Close To You, o único álbum deles presente na lista dos “1001 discos para ouvir antes de morrer”. Está em minha coluna no PontoJão !

karen carpenter

Close To You é o segundo álbum da dupla. Acho curioso pensar como eles encararam a pressão de um cenário composto por artistas como ABBA, Queen, Pink Floyd, The Clash, Jackson 5… Ainda que houvesse uma variação clara de estilo/gênero nessa turma, o Carpenters parecia o mais distante daquilo que estaria destinado ao sucesso nos anos de 1970. Mas eles conseguiram e Karen se tornou a mais bela voz da época, considerada por muitos, ainda hoje, como uma das melhores artistas de todos os tempos.

Espero que não pareça cruel de alguma forma, mas foi esse contraste que me chamou a atenção, me fez querer ouvir o álbum com mais cuidado e trazê-lo para cá. Por anos, o talento de Karen Carpenter lhe serviu para esconder ou minimizar aos olhos dos outros quaisquer problemas que ela enfrentava. A indústria da fama costuma(va) ser assim: não importam muito os dramas pessoas, desde que a música siga boa.

Há quem diga que a doença de Karen se agravou pelo fato de o seu peso ser a única coisa que ela podia controlar. Ou, ao menos, era isso que ela desejava.

Quando Richard também precisou lidar com problemas pessoais e foi para uma clínica de reabilitação, Karen quis gravar um álbum solo que lhe serviria como uma libertação. O irmão não gostou. Considerou uma traição e criticava todo o trabalho feito. Karen abandonou o projeto antes da conclusão, para retornar aos compromissos do Carpenters. Sempre houve especulações acerca de tudo isso.

Somente 13 anos depois, quando Karen já havia partido, Richard autorizou o lançamento do álbum, que pode ser ouvido aqui. Sobre o Carpenters, ainda que Close To You não seja o primeiro álbum, é um ponto de partida interessante e obra ‘obrigatória’ para quem quiser conhecer o duo.

Este post foi originalmente escrito em 2016 e, desde lá, é um dos meus favoritos do blog mesmo sabendo que não se trata de uma artista que naturalmente gera muitos cliques. Por isso, repaginei ele para “republicar” e tentar fazer com que mais pessoas saibam sobre Karen Carpenter. Da sua habilidade vocal às suas lutas, externas e internas, vejo motivos para não deixar Karen tão escondida na memória coletiva quanto parece estar… O que você me diz? 

10 respostas

    1. I guess I never thought the Carpenters were so popular once. Maybe they got lost when other artists of the time were quoted to me as the greatests! Maybe due to that, I’ll never really see them as such a popular duo, but at least now I know they were really good and have something different from usual for me to listen to 🙂

  1. As músicas dos Carpenters das quais gosto a ponto de lembrar pelo nome são poucas (Close to You, Mr Postman, Love Me For What I Am e Solitarie), mas nunca me concentrei em escutar sequer um Greatest Hits deles na íntegra. Solitarie, em particular, é minha favorita, porém na versão do Westlife, pois é uma música que tem muito a ver com uma das personagens que escrevo e sempre me inspira bastante a escrevê-lo.
    Diferentemente de você, sempre notei uma certa melancolia na maneira como ela cantava e sempre associei isso aos problemas dela. Uma pena que tenha partido tão cedo… Enfim…
    Beijos!!

    1. Acho que por eu nunca ter prestado muita atenção antes de saber da história… Aí, quando soube, esperava notar algo mais melancólico. Mas, penso que seu eu assistir a mais vídeos ao invés de só ouvir músicas, vou notar mais!
      De qualquer forma, fiquei feliz de ter aberto as portas para o The Carpenters e para Karen, sobretudo. Ainda ouvirei suas favoritas, mas quis comentar antes para não esquecer 😉

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