Álbum da semana: Give Me A Glimpse Of What Yer Not

A indicação dessa semana me apareceu de forma beeem despretensiosa. Estava acompanhando alguns lançamentos relativamente recentes e o nome do Dinosaur Jr. me apareceu. Não foi a primeira vez, mas só agora dar uma chance aos caras valeu a pena. E é por isso que Give Me A Glimpse of What Yer Not – um nome que me pareceu interessante – é o álbum da semana.

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Ouça: Spotify

O Dinosaur Jr. é dessas bandas que tem um fundo rock mais pesado, barulhento, e um vocal mais leve e alternativo. É um contraponto que às vezes me chama a atenção, mas acho que nunca tinha colocado dessa forma antes.

Na verdade, essa é a visão que eu criei da banda, fundada em 1984, com base apenas no álbum em questão. Passei o ouvido (?) também pelo primeiro LP lançado – um homônimo – e dá para perceber que o som era bem mais noise rock naquela época do que agora, em Give Me A Glimpse.

A crítica aponta que o álbum demonstra a habilidade da banda em expandir seus limites sem melar todo o legado. Partindo desse ponto, acredito que eu tenha entrado em contato com  J Mascis, Lou Barlow e Murph no momento certo.

Ouvindo a faixa de abertura de Give Me A Glimpse, a sensação é que, embora possa ouvir o vocal com nitidez, eu estivesse mais próxima do som da bateria e, por vezes, me é interessante e benéfico ter algo marcando tão claramente o ritmo. E, enquanto vocal e bateria me parecem claros, a  sujeira da guitarra é o que torna tudo mais atraente.

De um modo geral, o noise – o barulho – parece ir se encaixando e amenizando logo no decorrer das primeiras faixas. Uma impressão que eu tive desde Be a Part, fazendo de Give Me A Glimpse um convite para que ainda não tem o costume de ouvir álbuns completos e na sequência. Isso porque, ao decorrer das músicas, a mistura de sons vai se aperfeiçoando, oferecendo uma combinação ideal entre o indie e o noise.

Foi assim que o som alternativo do Dinosaur Jr. foi se tornando cada vez mais atraente para mim, ao menos com esse álbum. Em sequência, I Told Everyone, Love Is…, Good To Know e I Walk For Miles são minhas favoritas.

Knocked Around é uma faixa mais lenta, até o momento de uma explosão que retoma o ritmo mais animado e que me agrada mais. E, assim, caminhamos para o fim do álbum num equilíbrio mais agradável. E a sensação que tenho, é de que Left/Right termina no auge, para deixar mesmo na vontade de mais.

Informações:

LANÇAMENTO: 5 de agosto de 2016
Décimo primeiro álbum de estúdio da banda

FAIXAS:

1. Goin Down
2. Tiny
3. Be a Part
4. I Told Everyone
5. Love Is…
6. Good to Know
7. I Walk for Miles
8. Lost All Day
9. Knocked Around
10. Mirror
11. Left/Right

⋆⋆⋆

Se você reparou que esse álbum da semana está estruturado de forma diferente das anteriores, você é um leitor antigo e atento! Espero que tenham gostado mais desse formato. É o que se aproxima daquilo que já tenho feito na Yellow Sounds e considero mais interessante! Deixem suas opiniões! 

17 respostas

    1. Nat, você é uma leitora ideal! Sempre disposta a dar uma chance ao que eu indico… Não sei se consegue e nem se acaba gostando daquilo que escuta, mas já fico feliz com sua disponibilidade. Obrigada 🙂

  1. Interessante, ouvi apenas “Tiny” (também conhecida como “a do clipe do cachorro”) e me lembrou demais de Foo Fighters (mesmo sabendo que o oposto é provavelmente mais verdadeiro). Não só pelos vocais, mas até pela composição.

    1. Tive que ouvir de novo para tentar identificar isso. Apesar de achar Tiny (e o Dinosaur) mais pop, por assim dizer, acho que entendi a origem do seu comentário – tirando a parte de composição, porque eu só tenho feeling. De qualquer forma, pensei em músicas na linha de This Is a Call…

  2. Dessa banda eu nunca nem tinha ouvido falar. Só o nome já é fantástico. Comecei a ouvir agora e estou gostando. Acho que vai ser dessas que vai me fazer ir atrás da discografia completa. Bem diferente o estilo deles. Considerando todos os extremos do rock, eles conseguiram se colocar num meio termo interessante.

    1. Quando estava ouvindo e escrevendo sobre, pensei em falar em como o Dinosaur Jr, com esse álbum, me pareceu mostrar aquilo que seria ideal para definir “alternativo”. Mas, não só achei pretensioso, como achei que caberia uma enormidade de adendos, rs. Então fui mais contida, rs. O som é mesmo muito legal!

  3. Acho que você já sabe, mas não sou uma ouvinte usual de rock, embora aprecie bastante o estilo e cada vez mais, porém, assim que terminei de ler o post, coloquei-me a ouvir o álbum do Dinosaur Jr. e, para minha surpresa, AMEI! Confesso não ter prestado atenção nas letras, mas a melodia forte me conquistou e, mais que isso, achei-a bem divertida, ainda que pesada (porém menos pesada do que eu esperava). Os trechos sem voz de I Told Everyone, Love Is e Good to Know são INCRÍVEIS!! E Love Is e Good To Know me lembraram bastante a sonoridade do Foo Fighters e também das músicas do Green Day dos anos 90…
    MUITO, MUITO BOM, Lari!! ADORO quando você recomenda coisas que eu desconhecia e eu acabo gostando hehe
    Beijos e excelente semana!!

    1. Adorei que você se surpreendeu (e também que está cada vez mais adepta ao rock) haha!
      Você me deu uma dica boa, sem saber, talvez. A forma como eu escrevi pode ter dado essa ideia de que seria um som mais pesado do que é…
      Enfim, importante é que agradou!
      E você não foi a única a ligar algumas músicas ao Foo Fighters. Outro leitor mencionou isso também!
      Beijooo :*

      1. Eu li que comentaram sobre o Foo Fighters e a semelhança, ao menos para mim, é inegável. Se não me engano, a música que me lembrou do Green Day me lembrou especificamente de Basket Case! E acho que é ouvir muito country (sobretudo country rock) que tem me levado ao rock haha

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