Por que eu 'compartilho' música?

Nenhum de vocês me fez essa pergunta até hoje. Eu nunca esperei que fizessem. Estou escrevendo esse post porque me peguei pensando a respeito disso hoje: por que eu ‘compartilho’ música? Por que escrevo sobre e torço para que alguém dê uma chance a ao menos uma das indicações que faço?

A resposta piegas é que, para mim, música é um universo mágico que todo mundo deve conhecer. E eu falo isso sabendo que “todo mundo” escuta música. O que eu não sei é se todo mundo que escuta – independente daquilo que gosta – entende o que é essa magia. E é disso que eu vou falar aqui.

A maioria de vocês já conhece – tanto por já ter ouvido falar quanto por já ter vivido – os poderes da música em despertar emoções e alterar nosso humor. Mas essa é apenas uma parte da história. Há uma outra com a qual eu me envolvo mais e mais a cada dia: as viagens.

Assim como livros para uns e filmes para outros, a música também é válvula de escape. Quando pesquiso sobre uma banda e sua história, um determinado álbum, suas músicas, letras, cena musical, eu crio para mim uma nova forma de entender a música que ouço.

Como vocês sabem, eu raramente falo de algo muito atual aqui, no sentido de não me focar em lançamentos e nem estou muito conectada aos “artistas do momento”. Assim sendo, a maior parte da minha relação com a música se traduz numa viagem no tempo e ter entendido isso, ter percebido como isso altera minha percepção de cada álbum é um dos motivos pelos quais, nos últimos dois anos, eu passei a ouvir muita coisa que não ouvia antes.

Aos poucos, ir conectando artistas, acontecimentos e estilos tem sido fantástico. De forma semelhante às outras formas de arte e de conhecimento, a música se conecta e conecta as pessoas. Olá!

E não é que eu queria que vocês passem a estudar/pesquisar sobre tudo o que escutam. Naquilo que partilharmos, seguirei feliz em fazer isso por vocês e entregar aqui ou lá no PontoJão. Por que? Porque quero que vocês compartilhem ao menos um pouquinho do universo mágico que a música é para mim.

Acho que, só assim, mergulhar nessa viagem se torna uma aventura completa. É quase se como, ao compartilhar uma música, eu devolvesse o favor do bem que ela me fez.

Aliás, ter recebido comentários de pessoas se dizendo dispostas a ouvir um ou outro álbum, mesmo não gostando do estilo/gênero, só porque eu indiquei, nossa! Fez valer a pena cada post publicado. Eu sei o quanto pode ser difícil se dispor a ouvir algo que, a princípio, a gente não curte. Então, obrigada a cada um que já me deu um voto de confiança.

Bora viajar mais!

Para terminar e não deixar quem não curtiu o textão na mão, uma das músicas que inspirou a viagem de hoje, a ponto de me fazer sair do habitual por aqui:


Para mais das minhas ‘viagens musicais’, passem lá na Yellow Sounds, no PontoJão 😉

35 respostas

  1. Muito bacana como você fala da música. Sinto o mesmo com livros, e às vezes a conexão é tão forte que assusta! Haha Adorei o texto! Parabéns!!

    1. Assusta mesmo! Principalmente quando acho que não cheguei nem perto de passar isso pras pessoas nas indicações. Tenho vontade de falar com cada um e perguntar “você entendeu mesmo porque eu acho esse álbum/artista tão importante para que você escute?” haha
      Beijos

  2. Que amor esse post Lari! Achei linda a forma que você retratou a música e é realmente uma válvula de escape e um lugar que nos transporta a outro tempo ou até mesmo a uma história…
    Amei o post!!
    Um beijão

  3. “É quase se como, ao compartilhar uma música, eu devolvesse o favor do bem que ela me fez.”
    Que lindo isso! Eu tenho esse mesmo sentimento que você tem com a música, desde quando eu fiz doze anos e comecei a entender do que eu gostava mesmo. A música tem o dom de me fazer relaxar, viajar e mudar completamente o meu humor e o meu dia, mais do que qualquer livro, filme, etc. Mais do que qualquer coisa no mundo. A diferença entre nós é que eu acho que sou egoísta e guardo essa relação só pra mim kkkkk
    Mas eu fiquei realmente emocionada de encontrar alguém que sabe exatamente o que eu sinto, porque eu sempre tive a sensação de que ninguém entendia, porque na verdade nem eu mesma entendo, só sei que esse sentimento é forte e importante demais pra mim. Eu comento aqui no Yellow às vezes, mas visito sempre, porque você sempre traz muita coisa que não conheço e acabo gostando demais. Só tenho a dizer obrigada! beijos

    1. ♥ Que maravilha, Erika! Que bacana termos nos identificado por esse sentimento. Hoje, quando comecei a escrever sobre o álbum que desencadeou tudo isso, eu não estava feliz, nem “no clima”. E, de repente, ouvindo, pesquisando, viajando, mudei completamente!
      Fico feliz de saber que você tá sempre por aqui. Eu é que digo obrigada 🙂 E, por favor, vez ou outra, compartilha comigo algo que mudar seu dia quando você ouvir.
      Um beijo!

  4. Que lindo, Lari! Minha relação com a música é parecida. Quando escuto música, eu vivo, eu sinto, eu viajo. E sempre me perguntei se era assim com todo mundo! hahahaha
    Pra mim, a música é uma terapia, sempre me deixa bem, sobretudo nos dias maus.
    Amei o post!
    Um beijo!

  5. Oi Lari,
    Nossa eu acho super inspirador ver a forma intensa que você fala sobre sua paixão e entrega a música!
    Eu gostaria de ser mais assim, mais sensível neste aspecto, admiro muito isso em vc rsrsrsrs
    Eu amo música, amo cantar, tocar violão, isso me alegra sempre que você estou triste, e me anima, me diverte, pq afinal música não tem lado negativo! rs Foi algo criado por Deus <3
    Eu sou bastante eclética, gosto de tudo, não tenho preconceito, lógico que tenho minhas preferências! E quando uma musica me toca, eu escuto o dia inteiro, durante uns 30 dias hahaha
    Se deixar a gente fica falando de música até ano que vem né?
    Bjssss

  6. Eu entendo isso perfeitamente. Muitas pessoas tratam a música como mercadoria, quando na verdade ela é um remédio para a alma e nos faz tão bem. E é mágico você sair da zona de conforto e voltar aos anos 80 com músicas do Michael ou Madonna, Cyndi… E as pessoas que tratam a música como produto de mercado acham que você é careta por ouvir músicas antigas, mas elas não sabem o quanto é bom!… Belo texto.

    1. Um remédio para a alma *-*
      Para além do gosto pessoal, eu acho que o movimento musical atual tende a ser muito comercial. Claro que os artistas sempre quiseram vender suas músicas e, talvez, eu esteja tendo uma visão distorcida, achando que as coisas eram menos “apelativas” no passado. Mas, hoje, sinto que há um mkt muito grande, uma necessidade muito grande de ser o mais compartilhado, curtido, seguido e isso nem sempre tem tanta relação com a música quanto tem com ser uma figura atraente para o seu público… Entende? Por isso gosto e incentivo essas viagens. Ainda que o passado tenha sido comercial, as músicas de outras épocas já não se afetam tanto por tudo isso.

      1. Pois é. As pessoas falam que Lady Gaga é a nova rainha do pop pois ela tem mais visualizações no Youtube do que a Madonna, mas ninguém se lembra de que a Madonna teve um carreira e que ela não nasceu ontém. É triste ver pessoas comparando talento à likes ou dinheiro :c

        1. Ah é impossível colocar likes como padrão de comparação entre artistas que começaram a carreira “agora” e outros que se consolidaram antes desse nosso momento “virtual”. Gaga é muito talentosa, não há razões para negar isso. Assim como, também, não há razões para dizer que ela ocupa o lugar da Madonna :p

  7. lindo texto. gostei particularmente sobre como você ressalta o seu trabalho de ir atrás de referências que dão um contexto maior àquilo que você ouve. isso sem dúvida nenhuma realça e muito a experiência de ouvir música.

    1. Eu demorei a descobrir isso, Henri. Acredito que minha relação com algumas bandas é tardia até por falta de conhecimento do contexto. Algo que, hoje, faz muita diferença na minha apreciação do som! Não sei como “todas” as outras pessoas entendem isso, mas como você atestou, é algo que pode fazer diferença pra mais gente, né?! Então tô feliz de ter compartilhado isso.

        1. Pois é! Por aqui, sempre tenho a sensação de que estou “deixando a desejar” nos fatores que aponto nas minhas tentativas de convencer as pessoas a ouvirem e gostarem das músicas/albuns/artistas. Acho que porque é difícil compartilhar o feeling.

  8. Eu te entendo, Lari! Te entendo perfeitamente! Música desperta emoções, música inspira, música se sente. Acho que nem mesmo conseguiria escrever as histórias que escrevo não fossem as várias músicas que me inspiram, que me motivam e que me ajudam a ambientar enredos e construir personagens. E as músicas que a esta finalidade por acaso servem acabam sendo para mim as mais especiais… E a sensação de descobrir um acorde até então desconhecido no arranjo de alguma música que amamos? Enfim…
    Beijos!!

    1. Sei que você também entende bem dessa magia *-*
      A arte desperta a arte. Assim como a música te ajuda a criar histórias e personagens, muitas vezes, me ajuda a dar o tom dos traços nos desenhos que faço. Acho muito bom 🙂

  9. Lari,
    não tinha comentado aqui ainda, mas QUE TEXTO INCRÍVEL.
    Sério!
    Adorei ler você se abrindo, se posicionando quanto a isso.. E mostrando um outro lado de quem escreve o que eu tanto gosto de ler!
    Beijos, da fã e amiga!

  10. Sério mesmo, nunca tinha visto a música por esse angulo. Aliás, não sou muito de pesquisar nada, e agora fiquei aqui pensando que eu deveria fazer isso. Apesar de não falar de música lá no blog, eu escuto bastante música, e assim como você, tenho tendência a escutar um tipo mais específico de música, no meu caso, nacional. Mas não qualquer nacional, tipo, rock e Clarice Falcão e sua turma. Mas ler seu post me fez querer dar uma voltadinha no tempo e ouvir uma músicas mais velhinhas, mas agoras vistas de um novo ângulo!
    🙂

    1. Claro que ninguém é obrigado a fazer as pesquisas, né. Mas, por experiência própria, conhecer o contexto do álbum, a história do artista naquele momento, etc. são coisas que mudaram minha experiência com a música. Algo que não ligava tanto antes, hoje aprecio pelo simples fato de ter conhecido a importância histórica, por exemplo. Ou ter criado alguma outra identificação. Se bobear, a gente acha motivos pra gostar ainda mais dos artistas que curte ^^ Faz uma experiência 🙂

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