Vinil ou não vinil? Eis a questão…

Chegou o Record Store Day (16/04). O evento em homenagem às lojas e gravadoras independentes acontece desde 2007 na gringa. É levado bem à sério nos Estados Unidos e na Inglaterra e costuma alavancar a venda de discos. O Brasil não está totalmente de fora disso. Este é nosso quinto ano e algumas lojas costumam realizar eventos, enquanto outras fazem vendas prolongadas com desconto*.

Legal. Mas eu não coleciono vinil. E ai?  – disse o leitor do Yellow.

E ai que as vendas de vinil cresceram muito nos últimos anos. Paralelo a isso, apareceram algumas opções de vitrolas lindinhas que podem servir de pontapé inicial para quem quer entrar ou voltar ao mundo dos “bolachões”. Tenho algumas considerações sobre e é disso que esse post se trata.

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Eu tenho certa resistência à mudança. Não queria trocar os CDs por música digital (e agora não vivo sem o Spotify). Antes disso, havia criado um interesse imenso pelos vinis. Provavelmente porque demoraram a me deixar mexer no toca discos lá de casa sozinha e essa situação colocou os vinis num patamar elevado.

O som:

Não há afirmação absoluta de que o som do vinil é melhor que o dos CDs. É sim diferente, mas o gosto pelos ruídos é completamente subjetivo. Não aprofundo essa discussão até por me faltar conhecimento sobre o processo de produção nos dias de hoje. O que me atraí é o processo como a agulha  as ranhuras do disco, envia para o reciver e voilà, habemus o som da música! A mágica dos CDs parece menos mágica. A do material digital então, puff…

As vitrolas e toca discos:

Eis, então, que eu planejei (re)começar uma coleção de vinis – aceito presentes, inclusive. E sim, esse desejo foi impulsionado pela febre vintage que criou uma moda em torno do consumo de vinis, nos dias atuais, e trouxe com ela lindas vitrolinhas, como esta:

vitrola

Estive prestes a comprar uma dessa algumas vezes. Num primeiro momento, recebi boas recomendações. Pode, então, ser um ponto de partida para você. Pode. Mas tentei me informar melhor – e se alguém puder acrescentar a isso, fique à vontade – e descobri que vitrolas são frágeis, podem danificar os discos com o tempo e não têm um som legal.

Isso porque muitas são feitas de plástico (ou material semelhante); não possuem bons pratos (o lugar onde se coloca o vinil); suas agulhas são frágeis; geralmente, precisam de caixas de som extra ou amplificadores, por terem som próprio muito baixo. Há, ainda, algumas questões mais técnicas – que eu não saberia explicar bem. A conclusão é que, em busca de um equipamento de qualidade, a melhor escolha seria um toca discos:

toca discos

O custo:

De início, pensando no equipamento, o custo do toca discos é maior. Nada que é bom – ou, nesse caso, melhor, sai mais barato.

Sobre os vinis, país afora, lojas vendem produtos usados e de qualidade. São, certamente, mais baratos que os produtos novos e podem ser uma opção interessante. É sempre válido assegurar que a situação do disco poderá ser testada, se não na loja, em seu próprio equipamento em casa.

Usar um serviço de streaming gratuito certamente é mais barato do que qualquer outra forma de consumo de música – contando que a mudança nos limites de uso da internet não entre em vigor. Depois, temos a opção de pagar pela versão sem anúncios desses serviços – algo que também deve encarecer um pouco, em breve. A venda de CDs continua, com preços variados. Há alguns, inclusive, que são mais caros que vinis novos. Vinis, porém, costumam ser mais caros, sobretudo os importados.

Então, se você está pensando em ter seus vinis e preza por qualidade (de equipamento, de produto, de som), avalie com carinho e cautela. #FicaDica para que vá em busca de alguém/algum lugar que tenha vitrolas ou toca discos, escute os sons e defina o que quer. Ou se não quer nada disso 😉

Vinil ou não vinil? Eu sou super a favor e ainda espero conseguir montar minha coleção. E você, o que pensa sobre tudo isso?

* Eventos: Sensorial Cervejas, Cafés & Discos (São Paulo)
   Vendas com desconto: Vinil Records
Tem outros dados para essa lista? Me informe nos comentários.

26 respostas

  1. I gave a large collection of vinyl records to my daughter with a very good, expensive turntable. But if you don’t have anyone to give you a collection of vinyl, purchasing a good turntable and a quality stylus, a good power amp and a nice set of speakers so you can experience the sound quality and high fidelity of vinyl, then buying vinyl may not be worth the cost. High Fidelity used to be a big deal, and many people, like me, used to spend a lot of money on high quality stereo equipment and vinyl records; but with CDs then MP3s taking over vinyl, there are now a couple of generations who have never really experienced true high fidelity outside of live performances.

    1. Great point, Tim. Sadly, I feel that my ears have gotten usd to the inferior quality of mp3s and streaming, and I don’t really miss the sound of the vinyl. That being said, nothing beats the beauty of this format, and the fact that the artist could/can make it a much richer experience for the listener.

      1. I have some hearing loss, so even though I can still hear the difference in quality between vinyl and mp3 and steaming, mp3 and streaming are good enough for me these days. And you can’t beat the convenience of having music on your phone. I purchased some of the first iPods Apple made back in 2001 and 2002 for the office and my wife. My wife wanted it for voice recording, but staff wanted them for music. I thought the music sounded terrible on those early iPods, but people would argue that it was worth it because they could hundreds then thousands of songs on one device. I realized it was quantity more than quality they were interested in.

    2. I don’t even know if younger people – even me – would know to evaluate the fidelity of a sound nowadays. Probably because, more and more each day, we listen to digital music with little headphones we buy anywhere.
      I really like the idea of the vinyl because it takes me back to my childhood and I always wanted to have a collection of my own. As I said, tho, I know it will be expensive to have good products and equipments, that can provide me a satisfactory experience. Still don’t know what will happen.
      Really glad you added your view about it, based on your own experience, Tim! It’s good because I didn’t have a chance to understand the vinyl world this well. CDs came quick as I was growing up and although I was resistant to change, there is no doubt the were (and are) way more practical.

      1. We got our first CD player in 1985. I remember Laurie’s sister thought we here silly because CDs were expensive and she thought they were a passing fad. I told her back then that a day would come when record companies would quit producing vinyl albums. What I didn’t realize at the time is how quickly the change would happen.

        1. I think I would’ve been on Laurie’s sister side. When digital music came, but we still listened to CDs a lot, I though digital wouldn’t catch because of its bad quality. I do have some resistance to change but here I am now, consuming streaming services like a freak lol

  2. Querendo ou não, o que mais está em jogo aí é a questão do fetichismo mesmo. Não sei se chega a ser uma surpresa o resultado de uma pesquisa dessa semana da BBC, que diz que 48% dos que compraram vinil no mês passado sequer colocaram pra tocar:
    http://www.bbc.com/news/entertainment-arts-36027867
    Ainda assim, o vinil deve continuar crescendo até se manter numa faixa estável como produto de nicho. O que me deixa curioso é saber o que vai acontecer quando o CD também virar um produto de nicho, já que ele não tem tanto charme quanto o vinil (embora seja bem mais conveniente pra ouvir e guardar). Me pergunto qual vai ser a fatia do mercado, daqui a uns 5 anos, relativa a todos esses suportes físicos (CD, vinil e cassete).
    Só um detalhe: no último parágrafo acho que vc quis dizer “preza”. Abraçs

    1. Sem dúvida, foi isso o que quis dizer. Fui atualizar e vi que tinha uma versão mais recente no sistema, já corrigida, que acabou não indo! Enfim, obrigada 🙂
      Muito legal essa pesquisa que você trouxe. Não tinha visto! Tenho certeza que o fetiche, a moda, são fatores determinantes para esse momento do vinil. Eu acho muito bacana, por toda memória afetiva que tenho e por ser, naturalmente, uma pessoa “saudosista”. Por outro lado, o vinil realmente é pouco prático. Vi que você leu o comentário do Tim e ele tocou num ponto legal, da qualidade de todo o equipamento, para que o vinil valha a pena. Até nisso o CD é mais prático. Conheço quem, até hoje, compra CDs regularmente e é mesmo interessante pensar qual pode ser o atrativo, daqui alguns anos… Vamos aguardar, haha!

      1. confesso que não tenho tanto saudosismo pelo vinil, mas a beleza do encarte é algo que ainda me encanta.
        e sem dúvida que a gente tá num momento muito interessante da indústria fonográfica. vamos ver no que vai dar né 🙂 abraçs!

        1. Acabei de me deparar com uma matéria sobre aquela pesquisa, só que na NME. Parei para ler os comentários (sim, eu faço isso) e o mais curtido é de um cara que diz ser totalmente compreensível que as pessoas não tenham ouvido os vinis que compraram no mês anterior. A opinião dele é de que muita gente – como ele próprio – compra os materiais dos artistas que gostam (CDs também) como forma de apoio, e colecionam. Não necessariamente consomem esse produto, até por ouvirem muita música fora de casa.
          É uma realidade possível. Não a única, mas é interessante pensar por esse lado. Fãs de bandas de metal, que eu me recorde, são bons consumidores de produtos oficiais. Talvez, colecionadores de vinil sigam o mesmo princípio.

          1. Excelente ponto. Muitas vezes a pessoa compra o disco muito mais pra dar força pro artista, ou então pra presentear alguém.
            E o metal realmente é um nicho à parte. Adoraria ver uma pesquisa sobre os hábitos de consumo dos fãs do gênero, tenho certeza que a porcentagem dos que compram CDs e vinil é bem mais alta do que em outros estilos. Embora eu não ouça muito, reconheço que é uma tribo muito fiel.

          2. Seria bem interessante essa pesquisa. Não sei se já tem…
            Hoje, penso que os fãs de rock rock (não indie, etc) estão seguindo para o mesmo caminho. O pop domina tudo, então resta aos fãs de rock alimentar a industria de alguma outra forma que não sejam rádios, recordes de visualização de vídeo e outros “medidores” modernos…

  3. Da minha infância, eu lembro que tínhamos um rádio bem velho que um dia meu tio trouxe para meus avós escutarem os cassetes que ele gravava/fazia coleção. Tinha rádio, cassete e um toca-discos em cima também. Claro, sem discos e sem agulha hahahahaha
    Sempre me senti muito curiosa a esse respeito, tanto que sempre dizia para minha avó que um dia eu ainda faria aquilo funcionar. Nao lembro de realmente ter pego tempo para escutar e sentir a diferença entre os mp3s de hoje e os discos de antigamente, mas cada vez mais que leio sobre o assunto fico com mais vontade! Aqui na Alemanha quando chega a temporada de “Mercado de Pulgas”, sempre tem toca-discos intactos e discos de bandas famosas para vender a preço de banana. Quem sabe esse ano eu invista uns euros em música… se sim, lembrarei de ti!
    Abraco!

    1. Nossa, eu ia achar incrível discos de bandas famosas a preço de banana, haha!
      Um leitor do blog (se quiser ver os comentários, é o Tim), tem mais experiência de vida do que nós e pegou boa fase dos vinis. Ele acredita que você precisa de ter equipamentos muito bons e não é apenas o toca-discos. O reciever e tudo mais… Isso é caro, hoje. Não sei como era na época, mas com as opções que temos agora, pode ser “inviável”. De um modo geral, ter vinis hoje é pouco prático, né?! E ainda, sobre a qualidade, li um pouco sobre não termos máquinas novas para prensar os vinis, então a qualidade deles já não seria superior, comparando com o CD, por exemplo. Há, sim, uma diferença muito agradável aos saudosistas. Pode ser uma experiência bem legal!
      Bom, se decidir investir seus euros em música, já fico feliz pela lembrança 🙂
      Beijos!

  4. A minha mãe teve toca-discos até uns 6 anos atrás kkkkkk eu amava aquilo. Acredito que por ser “velhão” e ninguém ligar muito. Mas aí a gente mudou de casa e ela JOGOU FORA JUNTO COM OS INÚMEROS VINIS. Foi triste…
    Eu ainda tenho vontade de comprar um toca- disco, mas só quando a vida melhorar 🙂
    Beijoss

    1. Geeeeeeente, que tristeza ela ter jogado tudo fora!! Ter vinis hoje, com equipamentos de qualidade, é caro. E, comparado às outras opções, não é nada prático… Mas eu ainda acho bem legal. Pra isso, a vida realmente precisa melhorar, haha 🙂

  5. Olá, Lari!
    Sou da época dos vinis… Os CDs chegaram quando eu já estava na faculdade…
    Tenho todos os meus LPs guardados na casa dos meus pais e eles ainda têm um toca discos… :O
    Acho que há um glamour em escutá-los, inclusive por causa daqueles ruídos da agulha.
    Beijo!

  6. Meu pai tinha uma coleção fantástica de vinis, com vários originais da banda Chicago, por exemplo… Não sei o que aconteceu com a coleção rs Só sei que só os ouvi quando bem criança, quando tínhamos um toca discos, que foi roubado posteriormente. Mas eu entendo quem coleciona vinis, pois eu coleciono cds e estes são os vinis do amanhã rs Aliás, colecionar cds já é visto como vintage rs
    E que não aprovem essa barbaridade em relação à internet banda larga!
    Beijos!

    1. Eu pensei em você enquanto lia alguns textos, para escrever o post, e até quando debati o assunto com outros leitores. Por causa da sua coleção de CDs… É bem mais viável, né?! Minha curiosidade é saber se, um dia, CDs terão o mesmo status que os vinis tem hoje. O tempo dirá.
      Um beijo!!

  7. Eu lembro de leve que quando era beeeem novinha meus pais tinham alguns discos de vinil guardados, mas depois de um tempo acho que eles deram ou jogaram fora… Acredito que comprar toca-discos ou vinil hoje em dia é mais para quem gosta muito de música e aprecia a arte como tal… Bom, eu prefiro continuar com o spotify, apesar de achar que as capas de discos de vinil dariam uma bela decoração em um ambiente 🙂
    Um beijo! ♥

    1. O Spotify tem meu apoio, haha! Faço tanta propaganda pra eles aqui no blog, que deveria rolar uma parceria (aquele comentário que a gente faz, na expectativa de alguém de lá ler, haha).
      Você falou bem. Vinil, hoje, é pra quem o aparecia como arte. Uma arte bem bonita, por sinal!
      Beijos

  8. Eu adoro o som do vinil.. Sonho em ter um toca discos vermelhinho, moderno e vintage ao mesmo tempo. Tenho dois vinis guardadinhos pra esse momento, um do Engenheiros do Hawai e Help que eu amo de paixão!
    Beijos

    1. Torço para que você realize seu sonho, Grazy! Como já tem uma ideia “visual” do toca discos, fica a dica para que pesquise bem as outras especificações, caso ainda não tenha feito. Assim, dentro do po$$ivel, você garante a melhor experiência com seus vinis 🙂

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