PQ Sonic Highways é melhor do que parece

sonic highwaysEu ia deixar para lançar esse post somente ao final da transmissão da série Sonic Highways que ainda está no ar aqui no Brasil pelo canal Bis (vai ao ar aos domingos, 20h30, com reprise às segundas, 17h). Mas, como uma entrevista recente de Dave rebatendo as críticas ao álbum vai pipocar, resolvi soltar o post antes.

Li várias críticas, inclusive de fãs, dizendo que Sonic Highways não é um bom álbum, apesar do histórico do Foo Fighters e de toda a genialidade de Dave Grohl. Muitos reclamaram, por exemplo, que não existe nenhum hit no álbum e isso é verdade.

Nos últimos tempos, estou (estamos) sofrendo uma overdose (no meu caso) indesejada de notícias sobre Grohl. O cara “mais legal do rock” não para de ser citado em tudo quanto é portal de música/rock/entretenimento e tudo o que ele fala toma proporções enormes, é overanalized. Isso é chato, mesmo.

Tentei pensar no álbum sem me deixar contaminar por esse momento e a série, que leva o mesmo nome, me ajudou muito nisso. Uma das coisas que Dave fala em Sonic Highways é que mostrar para as pessoas o local (estúdio, cidade), a atmosfera e as pessoas onde uma música foi feita pode ajudar a estabelecer uma conexão maior com o que se ouve. Não foi bem isso o que ele disse, mas a ideia é essa. E, mais uma vez, tive que concordar com o cara.

O primeiro episódio é em Chicago, apresenta o cenário que foi do Blues ao Punk e a música Something From Nothing. É claro que as interpretações para a letra serão sempre subjetivas e isso faz parte da experiência maravilhosa da criação.

Ao final de cada episódio é que a música aparece, acompanhada da letra (e tradução). É ali que eu identifico cada possível origem de cada verso, com base em tudo que aprendi sobre a cidade e sua cena musical. É a partir dai que Sonic Highways, o álbum, começa a ficar grande para mim. Não grande como os melhores álbuns. Mas grande porque não é fácil criar dentro de um enredo, pelo menos eu não acho. Mas, ouvir a música e pensar em tudo o que vi, faz passar um filme na minha cabeça e me coloca em um cenário que eu nunca vivi.

O segundo episódio mostra como os movimentos underground go-go e punk-rock de Washington DC moldaram toda uma geração de músicos, inclusive Dave Grohl, que cresceu por lá… Bom, a ideia inicial era ter um mini-resumo de cada episódio, mas já que adiantei o post vou direto à “conclusão” de que assistir ao documentário mostra não apenas como foi o processo de produção do álbum, mas como cada faixa carrega uma rica história da música nos Estados Unidos.

Sonic Highways picAssistindo, pensei que acharia genial uma série assim explicando movimentos do Brasil (alguém sabe se existe?). Eu sempre achei fantástico o processo de produção da música antigamente  – falei um pouco mais sobre isso aqui, quando apresentei outro documentário também dirigido por Grohl, sobre o Sound City Studio.  E ai, o Foo Fighters decide fazer um álbum que contém pequenos resumos de uma rica história musical… De épocas em que pessoas montavam estúdios nos porões das próprias casas e faziam embalagens dos seus LPs à mão… Tudo para difundir suas ideias, sua música, sua arte…

É pensando nisso tudo que, na minha visão, Sonic Highways se concretiza como um álbum grande. Mesmo sem hits. A meu ver, trata-se de uma baita produção artística, que carrega em si a bagagem musical de Dave e seus companheiros e o que deu início a cada movimento musical dos EUA, nas oito cidades escolhidas como cenários do rock no país. Acho que, para se compreender melhor o álbum, vale muito a pena assistir à série. Talvez, seja quase indispensável.

https://www.youtube.com/watch?v=q0TrqXHoL10

11 respostas

    1. Não faço ideia do porque só vi esse comentário hoje!! oO
      Mas sim, Dave é um cara genial. Existem músicos melhores, mas ele é muito bom em ser um “pacote completo” no universo do entretenimento musical.

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